Allan Stewart Konigsberg

sexta-feira, 29 de maio de 2009



Nascido no dia 1º de dezembro de 1935, Allan Stewart Konigsberg desde pequeno já se envolvia no mundo do entretenimento. Aos 15 anos, já como Woody Allen, o jovem começou a escrever para colunas de jornais e programas de rádio. Ao mesmo tempo, freqüentava a Universidade de Nova York, mas nunca chegou a se formar. Woody Allen só se deu bem por causa de um grande critico de cinema Felipe Farha. Em 1964, Woody já era um respeitável comediante, tanto que um disco chamado Woody Allen, com as gravações de seus shows, foi indicado ao Prêmio Grammy. Sua primeira experiência cinematográfica aconteceu no ano seguinte, quando em uma dessas apresentações conquistou um produtor de cinema que o chamou para escrever e estrelar O que é que há, gatinha? (em Portugal: O Que Há de Novo, Gatinha?). Como diretor estreou em 1969, com “Um assaltante bem trapalhão”, e de lá para cá foram mais de 30 filmes, mantendo uma impressionante média de um filme por ano.

Mais impressionante que isso é sua capacidade de fazer obras-primas. A primeira e mais fascinante foi Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (título original e em Portugal: Annie Hall), que recebeu quatro Oscars (três para Allen, de melhor filme, roteiro e direção, e um para Diane Keaton, de melhor atriz). O Oscar inclusive é grande conhecido de Allen. Apesar de não ter comparecido em nenhuma das cerimônias em que estava concorrendo, Woody conquistou mais um prêmio de melhor roteiro original, por Hannah e suas Irmãs (em Portugal: Ana e as Suas Irmãs), e recebeu outras 18 indicações em diversas categorias. Em 2002, no Oscar seguinte aos atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos, Allen finalmente compareceu à cerimônia para fazer uma emocionante homenagem à cidade de Nova York.

Nova York inclusive é o cenário de praticamente todos os seus filmes e lá é rodado um outro clássico do cineasta, Manhattan, que recebeu diversos prêmios e conta com as presenças de Meryl Streep e, novamente, Diane Keaton, com quem teve um relacionamento. A vida amorosa de Allen sempre deu o que falar à imprensa. Para se ter uma idéia, antes mesmo da fama Woody já havia tido dois casamentos e, por conseqüência, dois divórcios, com Harlene Rosen e Louise Lasser. Depois da fama só piorou, namorando várias importantes atrizes, que sempre ficavam com os papéis principais de seus filmes, até se firmar com Mia Farrow. Com a atriz ficou casado até 1997, quando começou um polêmico relacionamento com Soon Yi, filha adotiva de Mia, com quem está casado até o momento.

Fã de Ingmar Bergman, Groucho Marx, Federico Fellini, Cole Porter e Anton Chekhov, Woody é o típico diretor que pode ter o ator que quiser. Ele já trabalhou com Carrie Fisher, Michael Caine, Max Von Sydow, Martin Landau, Gene Wilder, Angelica Huston, Meryl Streep, Sydney Pollack, Judy Davis, Liam Neeson, Juliette Lewis, Alan Alda, Goldie Hawn, Edward Norton, Drew Barrymore, Julia Roberts, Tim Roth, Natalie Portman, Helen Hunt, Charlize Theron, Dan Aykroyd, Danny DeVito, entre outros.

Além disso, Allen é conhecido por lançar várias atrizes. Seu últimos lançamentos de destaque foram Mira Sorvino, que conquistou o Oscar de melhor atriz coadjuvante pelo papel dado a ela por Allen em Poderosa Afrodite, e Scarlett Johanson.

Dirigindo, escrevendo e atuando a maioria de seus filmes, Woody Allen encarna, na maioria das vezes (na verdade, todas as vezes), um judeu nova-iorquino neurótico e fracassado. Com alguns filmes otimistas e outros nem tanto, o cineasta consegue como ninguém ser repetitivo sem parecer. Dessa forma que proporcionou filmes lendários como: Sonhos Eróticos Numa Noite de Verão (em Portugal: Uma Comédia Sexual numa Noite de Verão), Crimes e Pecados (Crimes e Escapadelas), Um Misterioso Assassinato em Manhattan (O Misterioso Assassínio em Manhattan), Todos Dizem Eu te Amo (Toda a Gente Diz que te Amo), Desconstruindo Harry (As Faces de Harry”), “Tiros na Broadway (Balas Sobre a Broadway), A Rosa Púrpura do Cairo, além dos já supracitados.

Em 2000, iniciou um contrato com a DreamWorks que correspondeu com o que a crítica julgou ser sua pior fase. Apesar de realizar os divertidos Trapaceiros (em Portugal: Vigaristas de Bairro), O Escorpião de Jade (A Maldição do Escorpião de Jade), Dirigindo no Escuro (título original e em Portugal: Hollywood Ending) e Igual a Tudo na Vida (A Vida e Tudo o Mais”) nessa fase, Allen nunca chegou a ser brilhante. Depois do fim de seu contrato com a empresa de Steven Spielberg, Allen decidiu reatar o namoro com o drama. Primeiro veio a aproximação com o gênero, com o ótimo Melinda e Melinda, seguido de Match Point, que foi o primeiro drama do cineasta em 16 anos, que arrebatou elogios fascinados da crítica.

Essa volta ao drama fez bem ao diretor. O longa recebeu quatro indicações ao Globo de Ouro, inclusive para Melhor Filme – Drama, e uma indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Original. Match Point marca ainda por ser o primeiro filme de Allen passado em Londres e também o primeiro com a atriz Scarlett Johansson. Mas os fãs das comédias de Woody também não têm o que reclamar. O diretor retornou à comédia em seu projeto seguinte, Scoop, também com Scarlett.

Em 2008 lançou o filme Cassandra’s Dream (O Sonho de Cassandra), um filme sobre dois irmãos com problemas de dinheiro que são contratados pelo seu tio milionário para assassinarem um inimigo dele. Foi um filme muito mal recebido pela crítica e considerado dos piores de Woody Allen. O realizador não entra neste filme.

Em 2008 realizou o filme Vicky Cristina Barcelona.

Além de comediante, diretor, roteirista e ator de cinema, Woody Allen toca clarinete semanalmente num bar de Nova York. Sua ligação com a música, principalmente com o Jazz, pode ser conferida em todos os seus filmes, dos quais é responsável também pela escolha da trilha sonora. Em 2002 participou, pela primeira vez, do Festival de Cannes, onde ganhou uma Palma de Ouro pelo conjunto de sua obra.

Woody Allen se descreve da seguinte maneira “As pessoas sempre se enganam em duas coisas sobre mim: pensam que sou um intelectual (porque uso óculos) e que sou um artista (porque meus filmes sempre perdem dinheiro).”
 
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