Marco Aurélio Antonino,(161-180) nascido em Roma, conhecido como o imperador-filósofo. De uma família de grande prestígio: o avô paterno era cônsul e prefeito de Roma, sua avó materna herdou uma das maiores fortunas de Roma e uma tia paterna era casada com Tito Aurélio Antonino, que veio a ser imperador e que o tomou como filho adotivo e um dos seus sucessores. O imperador Adriano anunciou (136) como sucessor Lúcio Cômodo, porém com a morte deste (138), Adriano escolheu Antonino para suceder-lhe, com o compromisso de adotar como filhos dois jovens: Lúcio Vero, filho de Cômodo, e Marco Aurélio. Conviveu assim com a fortuna e o poder e recebeu de mestres gregos esmerada educação humanística. Foi três vezes cônsul e casou-se com a filha do imperador (145), Faustina. Dois anos depois recebeu o imperium e a tribunicia potestas, os maiores poderes formais do império. Com a morte de Antonino (161), assumiu o trono com Lúcio Vero. Comandados por Vero, os romanos lutaram contra os partos (162-166), que haviam invadido a Síria. Embora vitoriosos, na volta trouxeram a peste que dizimou muitos romanos. Enquanto ambos realizavam uma expedição punitiva ao longo do Danúbio (168), hordas invadiram a Itália foi invadida pelos germânicos que sitiaram Aquiléia, porém coma a volta dos governantes os invasores foram derrotados (169). Logo depois Vero morreu subitamente, mas o novo imperador continuou a luta e restaurou a fronteira do Danúbio. Tratou então de pacificar as províncias do Oriente. Visitou Antióquia, Alexandria e Atenas, mas nessa viagem, perdeu a imperatriz Faustina. Dividiu então o governo com seu filho Cômodo (177), com quem retomou as guerras do Danúbio. Morreu em Viena e, apesar das tantas guerras e dos afazeres do governo, foi um homem de fino trato, misericordioso com os inimigos, justo nas suas decisões, além de dedicado profundamente à filosofia. Considerado o mais nobre dos imperadores pagãos, para muitos historiadores seu reinado coincidiu com a idade de ouro do Império Romano. Considerado o último grande estóico da antiguidade, escreveu vasta correspondência e deixou um pequeno e extraordinário livro, Recordações ou Meditações, onde condensou todo seu pensamento. Escrito em grego durante seus momentos de meditação, inclusive durante os intervalos de duras batalhas, um clássico trabalho do estoicismo, era composto de uma série de máximas, sentenças e reflexões, que traduzia como mensagem geral um ato de fé na razão e na coragem ante a adversidade. Ensinava que o ideal a ser buscado não era a felicidade, mas a tranqüilidade e o domínio das paixões e emoções, que seriam obtidos pela harmonia com a natureza e a aceitação de suas leis. Não se pode dizer que foi um pensador original, pois suas idéias se inspiraram claramente no estoicismo de Epicteto, com pequenas nuances do neo-platonismo. Filosoficamente pregava que o homem era constituído de três princípios: o corpo (simples carne), a alma (pneuma) e a mente (princípio superior).